terça-feira, 18 de setembro de 2012

Vitamina pode ser a chave para combater superbactérias, diz estudo

27 de agosto de 2012 • 13h17

Um novo estudo nos Estados Unidos sugere que a nicotinamida, mais conhecida como vitamina B3, pode ser capaz de combater algumas infecções causadas por bactérias do gênero estafilococos resistentes a antibióticos, comuns no mundo inteiro e que já mataram milhares de pessoas, além de representarem uma ameaça significante à saúde pública.

A pesquisa, feita com animais de laboratório e com sangue humano, mostra que doses altas dessa vitamina aumentam em mil vezes a habilidade de células imunológicas de eliminar os estafilococos. Os resultados foram publicados no Jornal de Investigação Clínica por pesquisadores do Centro Médico Cedars-Sinai, do Instituto Linus Pauling da Universidade do Estado de Oregon (UCLA), e outras instituições.

O estudo pode oferecer um novo caminho de ataques contra o crescente número de "superbactérias". "Isso é muito importante, apesar de que ainda precisamos fazer estudos humanos", afirmou Adrian Gombart, professor do Instituto. "Antibióticos são ótimos remédios, mas eles enfrentam diversos problemas com a resistência de vários tipos de bactéria, especialmente a Staphylococcus aureus", afirmou.

"Isso pode nos mostrar uma nova maneira de tratar infecções mortais por estafilococos, e pode ser usada em combinações com antibióticos", disse Gombart. "É uma maneira de penetrar no sistema imunológico natural e simular a criação de uma resposta do sistema ainda mais poderosa", explicou.

Cientistas descobriram que doses clínicas de nicotinamida aumentam os números e a eficácia dos neutrófilos, que fazem parte da porção do sangue responsável pela defesa do organismo. Na pesquisa, a nicotinamida foi dada em superdoses, ou em níveis terapêuticos, longe do que qualquer dieta poderia oferecer - mas em quantidades que foram usadas com segurança em humanos, como remédios, para outros propósitos médicos.

Contudo, segundo Gombart, não existem evidências de que dietas normais ou suplementos convencionais de vitamina B3 teriam qualquer efeito benéfico na prevenção ou no tratamento de uma infecção bacteriana. Além disso, as pessoas não deveriam tomar altas doses da vitamina.

O pesquisador está estudando alguns dos problemas por mais de uma década, e descobriu há 10 anos uma mutação genética humana que faz com que pessoas sejam mais vulneráveis a infecções bacterianas. Com isso, cientistas descobriram que a nicotinamida tinha a habilidade de "ligar" alguns genes antimicrobianos que desenvolvem a capacidade de células imunológicas de matar bactérias.

Uma das mais comuns e mais sérias infecções por estafilococos, chamada Staphylococcus Aureus Resistente à Meticilina (MRSA, na sigla em inglês), foi parte dos estudos. Ela pode causar sérias doenças que deixam em risco a vida do paciente, e pesquisadores acreditam que o uso de antibióticos ajudou no crescimento da patogênese bacteriana.

O especialista em doenças infecciosas e um dos autores da pesquisa, Dr. George Liu, afirmou que "essa vitamina tem efeito surpreendente na proteção contra uma das maiores ameaças da saúde pública de hoje em dia". Tais resultados podem ajudar na redução de dependência por antibióticos, disse.

Pierre Kyme e Nils Thoennissen, que também fazem parte da equipe de pesquisadores, descobriram que a vitamina, quando usada em doses clínicas no sangue humano, parece "limpar" a infecção em apenas algumas horas.

Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI6106016-EI8147,00-Vitamina+pode+ser+a+chave+para+combater+superbacterias+diz+estudo.html

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Células de mamute podem estar vivas e levar à clonagem do animal

Cientistas analisam ossos de mamute na Sibéria. Foto: AFP
Cientistas analisam ossos de mamute na Sibéria
Foto: AFP


Cientistas descobriram na Sibéria restos congelados e bem preservados de mamute-lanoso (Mammuthus primigenius) que podem conter células vivas e levar à clonagem desse animal, afirmou uma missão da Universidade Federal do Nordeste da Rússia na terça-feira.

Segundo os pesquisadores, foram encontrados pelos, tecidos macios e medula a 100 m de profundidade durante uma expedição à província de Yakutia. O grupo, formado por pesquisadores russos e sul-coreanos, estabelece como meta encontrar células vivas para a clonagem da espécie.

"Apenas através de pesquisa em laboratório se saberá se essas células estão vivas ou não", disse Semyon Grigoryev, líder da expedição, ao site Vzglyad. Segundo o cientista, até o fim do ano essa análise laboratorial deve estar pronta.

Acredita-se que o mamute-lanoso tenha sido extinto 10 mil anos atrás. Boa parte do código genético da espécie já foi decifrada e pesquisadores acreditam que a clonagem é possível se forem encontradas células vivas desses animais no permafrost.

Com informações da AP e da AFP.


Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI6149364-EI8145,00-Celulas+de+mamute+podem+estar+vivas+e+levar+a+clonagem+do+animal.html#tarticle

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Cientista busca bactérias em cavernas para produzir antibióticos

10 de setembro de 2012 • 08h47 • atualizado às 10h59

Barton chegou a acampar em caverna profunda buscando microorganismos
Foto: Max Wisshak/Cortesia Hazel Barton/BBC Brasil



Bactérias encontradas em cavernas podem ajudar a produzir os antibióticos necessários contra infecções resistentes a remédios já disponíveis no mercado, segundo a bióloga Hazel Barton, da Universidade americana de Akron. Barton faz buscas por bactérias em cavernas profundas, como a de Lechuguilla, no Estado do Novo México.

Segundo ela, os primeiros resultados mostram que o ambiente pode ajudar na batalha contra as "superbactérias". "Há ambientes únicos e pouco explorados, povoados por micro-organismos, que só agora nós estamos começando a entender, que tem a chave para novas drogas", disse.

De acordo com a bióloga, os cientistas costumam buscar novos antibióticos na natureza porque a estrutura complexa desses medicamentos faz com que seja quase impossível sintetizá-los no laboratório. "Da miríade de antibióticos que surgiram no mercado nos últimos 60 anos, 99% são derivados de outros micro-organismos, especialmente bactérias e fungos encontrados no solo", explica.

"Mas esta fonte está começando a se tornar escassa e os cientistas estão prestando atenção em ambientes mais exóticos e extremos, como cavernas", conclui.

Disputa por alimento
De acordo com a pesquisadora, a explicação para o potencial antibiótico dos micro-organismos de cavernas está provavelmente no isolamento. "A caverna de Lechuguilla tem mais de 365 metros de profundidade e exige que a descida até as amostras seja feita em cordas presas ao teto. A coleta (de amostras) acontece em áreas tão remotas que temos que acampar lá dentro por dias, às vezes", diz. "Essa distância também quer dizer que essas bactérias não foram perturbadas por nenhum tipo de atividade em milhões de anos", afirma.

Por causa da dificuldade de conseguir alimento no ambiente da caverna, os micro-organismos são forçados a competir entre si. Barton explica que, por causa do seu tamanho reduzido, as opções das bactérias das cavernas são limitadas - elas não têm dentes ou patas para lutar. Por isso, elas usam sua capacidade biossintética para produzir antibióticos umas contra as outras.

"Quimicamente, antibióticos são muito mais complexos do que drogas antivirais ou anticâncer e se parecem mais com uma teia de aranha, com padrões intricados de conexões", explica."Eles mimetizam os padrões celulares para bloquear ou mesmo destruir estruturas importantes dentro de uma bactéria".

Os micro-organismos encontrados em Lechuguilla foram examinados por Barton em colaboração com cientistas de outras universidades dos Estados Unidos e do Canadá. "Só uma (das amostras) produziu 38 componentes antimicrobianos, incluindo o que parece ser um novo antibiótico. Para colocar isso em perspectiva, há menos de 100 antibióticos que já foram descobertos e descritos e uma única cultura isolada de uma caverna produziu quase um terço deles", afirma a pesquisadora.

Resistência

Outras avaliações mostraram a Barton que, em 93 das quatro mil culturas isoladas na caverna, as "superbactérias", resistentes a diversos antibióticos, também estavam presentes. "Apesar do fato de que estes organismos estiveram isolados por milhões de anos e nunca foram expostos a antibióticos humanos, eles eram resistentes a praticamente todos os antibióticos usados atualmente", disse.

"Assim como algumas de nossas bactérias das cavernas produzem muitos antibióticos, algumas eram resistentes a muitos também - só uma delas era resistente a 14 (tipos)", explica.

Mas Barton diz que, nas amostras coletadas, foi possível identificar um mecanismo de resistência antibiótica que não havia sido visto antes. "A resistência aos antibióticos está programada nas bactérias - sem mudar nosso comportamento em relação à prescrição e ao mal uso de antibióticos, nunca vamos derrotá-las".

Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI6142371-EI8147,00-Cientista+busca+bacterias+em+cavernas+para+produzir+antibioticos.html







sábado, 8 de setembro de 2012

Corais brasileiros estão ameaçados por invasores vindos da Ásia


Edição do dia 02/04/2012

02/04/2012 13h49 - Atualizado em 02/04/2012 14h10
O coral-sol chegou ao Brasil há 30 anos e se espalhou pelo litoral, matando as espécies nativas. O invasor destrói o ambiente marinho.


Os corais brasileiros estão sendo ameaçados por uma espécie de coral vindo do Oceano Pacífico, o coral-sol, que sufoca as espécies nativas e destrói o ambiente marinho. Este invasor foi visto no Brasil, pela primeira vez, há trinta anos. Agora, o que preocupa os pesquisadores é que ele está se espalhando pelo litoral do país.

Testes feitos em laboratórios confirmaram o que os pesquisadores mais temiam: o invasor já chegou ao litoral da Bahia, região que guarda algumas das mais importantes colônias de corais da costa brasileira.

A cada mergulho, biólogos e oceanógrafos se assustam com a paisagem alterada no fundo da baía. Isso porque o coral-sol se espalha rapidamente e em pouco tempo domina os recifes e sufoca os corais nativos. "Esses organismos apresentam uma taxa de crescimento muito acelerada, produzem guerra química com os outros corais e isso, com certeza, leva à devastação dos nossos corais nativos", explica o biólogo José Amorim.

A competição é desleal: enquanto os corais nativos crescem menos de um centímetro por ano, o coral-sol cresce três vezes mais. Em algumas áreas, ele já ocupou todos os espaços do recife. Muitas colônias nativas já morreram e as que ainda não foram atacadas, também correm o risco de desaparecer.

O coral-sol é uma espécie asiática, muito abundante em águas do Índico e do Pacífico. Chegou ao Brasil, em cascos de navios cargueiros, pelo Rio de Janeiro – especificando, na Baía da Ilha Grande, no município de Angra dos Reis. Hoje, já se espalhou para Santa Catarina, São Paulo, Espírito Santo e Salvador.

A grande ameaça, segundo os pesquisadores, é a migração do coral-sol para o extremo sul da Bahia. Se isso acontecer, ele pode alterar uma das regiões mais ricas do Oceano Atlântico em biodiversidade marinha.

Das 20 espécies de corais existentes no Brasil, 17 estão em Abrolhos - oito são exclusivas. É o caso, por exemplo, do coral-cérebro, um dos maiores e o que mais chama a atenção pela beleza.


Fonte: http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2012/04/corais-brasileiros-estao-ameacados-por-invasores-vindos-da-asia.html